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O que é uma crônica? Difícil dizer, porque no fundo a crônica é livre para ser o que ela quiser: testemunho, argumentação, sondagem, grito silencioso. E também uma ressonância magnética, no sentido de escancarar o que sente o cronista, sua inquietudes, suas fixações. Gil Marcílio possui inquietudes e fixações. E elas têm a ver com a paleta completa das nossas nuances, com tudo aquilo que botamos em cena neste teatro chistoso, trágico e sem muito sentido que é a vida. Ou seja, com as suas crônicas elaborativas e filosóficas, Gil sempre dá um jeito de ir até os eixos do humano, para depois voltar e nos dizer o que viu. O amor é uma aurora marca os 25 anos dele como cronista, como tradutor certeiro das sensibilidades, das autoilusões, dos encantamentos e dos exotismos comportamentais aos quais e, você e todos os outros e outras estamos inevitavelmente presos.